terça-feira, 25 de outubro de 2016

#EUDEFENDOOCPII

Já é sabido por todos os meus amigos e seguidores que utilizo minha escrita sempre para trazer à tona fatos e assuntos que merecem ser discutidos, em minha opinião.
Hoje não quero discutir!
Hoje eu quero expor o que penso sobre o que tenho lido pelas redes sociais.
Resolveram acabar com a honra daqueles que servem ao Colégio Pedro II. Resolveram acabar com a honra do que é a instituição propriamente dita e também acabar com a honra dos professores e servidores.
Eu poderia direcionar esse texto à FAMÍLIA IMPERIAL BRASILEIRA como resposta à carta aberta que publicaram, no entanto, prefiro direcionar o meu texto a quem tiver interesse de utilizar as habilidades cognitivas e emocionais a fim de compreender qual é o papel e a função do COLÉGIO PEDRO II.
Antes de tudo quero fazer um comentário: O nome do colégio é PEDRO II, não tem o “DOM”, como a família IMPERIAL escreveu.
Vamos lá, vou apresentar um pouco de mim.
Sou Victor Magalhães, 31 anos, brasileiro, casado e atuo temporariamente, desde abril de 2015, como professor do colégio acima citado.
Desses poucos anos de vida que tenho, dedico-me aos estudos no mínimo há 29 anos, já que ingressei na pré-escola com 2 anos de idade.
Sou Professor M. Sc. em Química; Professor de Inglês, Psicopedagogo e Tutor de duas disciplinas de Ensino de Química do CEDERJ/UFRJ.
Tenho estudado com frequência Inteligência Emocional; problemas de ensino-aprendizagem e algumas coisinhas mais que não precisam ser referidas aqui.
Entrei em sala de aula pela primeira vez aos 15 anos como professor de inglês e aos 17 como professor de Química.
Naqueles momentos pensava ser crucial para minha atuação o conhecimento integral das disciplinas que me propunha a lecionar. E, certamente, logo no segundo encontro com as turmas percebi que o conhecimento específico era de longe o que ia impulsionar-me a fazer um bom trabalho.
Em uma sala de aula há muitos princípios e valores diferentes conversando. Alunos que vêm daqui ou acolá e trazem consigo ideologias diferentes. E é sempre bom lembrar que além dos alunos havia alguém que também trazia princípios e valores diferentes: o professor, no caso eu.
Foi dentro da sala de aula que eu percebi que a escola não tem por única finalidade comportar um santuário do saber e formar as futuras gerações do Brasil, como dizem lá na carta a Família Imperial Brasileira.
Essa finalidade mencionada por eles retrata uma escola positivista que perpetua o conhecimento unilateral e que dá ao professor o status de soberania.
Eu aprendi e percebi em muito pouco tempo de profissão que a escola tem como finalidade viabilizar um ambiente de trocas equalizadas e formar cidadãos críticos aptos a lidar com a DEMOCRACIA.
E pra você que não está inserido na realidade do Colégio Pedro II eu digo: É só isso que fazemos lá.
Lá nós não influenciamos nossos alunos a seguirem nossas ideologias. Pode ser que você não saiba, ou se sabe não aceite, nossos alunos trazem para nós e seus colegas suas ideologias e lá deixamos que eles debatam e confrontem, de maneira saudável, uns aos outros para que se construam em um contexto social.
O regime vigente não prefere agrilhoar, e entendo que nesse caso estão utilizando o verbo bitransitivo e pronominal, nossos jovens no ostracismo destrutivo da ignorância, e isso é notório! Não foram eles que escreveram esses absurdos que tenho lido por aí.
No Pedro II é possível não formar mão de obra como está sendo imposto a nós a todo o momento. Lá nós (re) (trans) formamos a ignorância em saber social, não porque somos melhores ou porque estudamos muito ou porque temos títulos. Fazemos isso porque somos comprometidos e dedicados em “prover” um ensino e educação de qualidade.
De nada nos adiantaria os títulos se não fossemos ignorantes o suficiente para adequar a ignorância em saber.
A você que tenta insistentemente incitar o ódio ao Colégio Pedro II e, portanto a nós, servidores, eu faço um convite:
Aceite sua ignorância como nós a aceitamos e venha pra cá tentar se deixar transformar em alguém que possa oferecer algo melhor a sociedade.
É disso que precisamos.

Forte abraço,

Victor Magalhães, sem títulos e coroas, apenas um PROFESSOR por formação e EDUCADOR por escolha.