terça-feira, 25 de outubro de 2016

#EUDEFENDOOCPII

Já é sabido por todos os meus amigos e seguidores que utilizo minha escrita sempre para trazer à tona fatos e assuntos que merecem ser discutidos, em minha opinião.
Hoje não quero discutir!
Hoje eu quero expor o que penso sobre o que tenho lido pelas redes sociais.
Resolveram acabar com a honra daqueles que servem ao Colégio Pedro II. Resolveram acabar com a honra do que é a instituição propriamente dita e também acabar com a honra dos professores e servidores.
Eu poderia direcionar esse texto à FAMÍLIA IMPERIAL BRASILEIRA como resposta à carta aberta que publicaram, no entanto, prefiro direcionar o meu texto a quem tiver interesse de utilizar as habilidades cognitivas e emocionais a fim de compreender qual é o papel e a função do COLÉGIO PEDRO II.
Antes de tudo quero fazer um comentário: O nome do colégio é PEDRO II, não tem o “DOM”, como a família IMPERIAL escreveu.
Vamos lá, vou apresentar um pouco de mim.
Sou Victor Magalhães, 31 anos, brasileiro, casado e atuo temporariamente, desde abril de 2015, como professor do colégio acima citado.
Desses poucos anos de vida que tenho, dedico-me aos estudos no mínimo há 29 anos, já que ingressei na pré-escola com 2 anos de idade.
Sou Professor M. Sc. em Química; Professor de Inglês, Psicopedagogo e Tutor de duas disciplinas de Ensino de Química do CEDERJ/UFRJ.
Tenho estudado com frequência Inteligência Emocional; problemas de ensino-aprendizagem e algumas coisinhas mais que não precisam ser referidas aqui.
Entrei em sala de aula pela primeira vez aos 15 anos como professor de inglês e aos 17 como professor de Química.
Naqueles momentos pensava ser crucial para minha atuação o conhecimento integral das disciplinas que me propunha a lecionar. E, certamente, logo no segundo encontro com as turmas percebi que o conhecimento específico era de longe o que ia impulsionar-me a fazer um bom trabalho.
Em uma sala de aula há muitos princípios e valores diferentes conversando. Alunos que vêm daqui ou acolá e trazem consigo ideologias diferentes. E é sempre bom lembrar que além dos alunos havia alguém que também trazia princípios e valores diferentes: o professor, no caso eu.
Foi dentro da sala de aula que eu percebi que a escola não tem por única finalidade comportar um santuário do saber e formar as futuras gerações do Brasil, como dizem lá na carta a Família Imperial Brasileira.
Essa finalidade mencionada por eles retrata uma escola positivista que perpetua o conhecimento unilateral e que dá ao professor o status de soberania.
Eu aprendi e percebi em muito pouco tempo de profissão que a escola tem como finalidade viabilizar um ambiente de trocas equalizadas e formar cidadãos críticos aptos a lidar com a DEMOCRACIA.
E pra você que não está inserido na realidade do Colégio Pedro II eu digo: É só isso que fazemos lá.
Lá nós não influenciamos nossos alunos a seguirem nossas ideologias. Pode ser que você não saiba, ou se sabe não aceite, nossos alunos trazem para nós e seus colegas suas ideologias e lá deixamos que eles debatam e confrontem, de maneira saudável, uns aos outros para que se construam em um contexto social.
O regime vigente não prefere agrilhoar, e entendo que nesse caso estão utilizando o verbo bitransitivo e pronominal, nossos jovens no ostracismo destrutivo da ignorância, e isso é notório! Não foram eles que escreveram esses absurdos que tenho lido por aí.
No Pedro II é possível não formar mão de obra como está sendo imposto a nós a todo o momento. Lá nós (re) (trans) formamos a ignorância em saber social, não porque somos melhores ou porque estudamos muito ou porque temos títulos. Fazemos isso porque somos comprometidos e dedicados em “prover” um ensino e educação de qualidade.
De nada nos adiantaria os títulos se não fossemos ignorantes o suficiente para adequar a ignorância em saber.
A você que tenta insistentemente incitar o ódio ao Colégio Pedro II e, portanto a nós, servidores, eu faço um convite:
Aceite sua ignorância como nós a aceitamos e venha pra cá tentar se deixar transformar em alguém que possa oferecer algo melhor a sociedade.
É disso que precisamos.

Forte abraço,

Victor Magalhães, sem títulos e coroas, apenas um PROFESSOR por formação e EDUCADOR por escolha.

sábado, 9 de julho de 2016

Caverna pra quem?!

Olá, meu nome é Astolfo, sou um garoto de 12 anos,  de classe média baixa, estudante, levado e muito curioso.  Minha mãe vive brigando comigo porque minhas notas não estão muito boas.  Normalmente fico na média e em algumas disciplinas minhas notas são realmente baixas.  
Matemática é um castigo pra mim. Ai, tenho que ficar  resolvendo um monte de contas, dividindo números com vírgula, isso é além de difícil, muito chato na minha opinião! 
Eu gosto mesmo é da hora do recreio, de correr de um lado pro outro no pátio, olhar as folhas das árvores balançando com o vento, ver os passarinhos  beberem água e tudo mais. Eu gosto de observar tudo. 
Eu sei contar,  sei calcular quanto custa o meu biscoito preferido e sei também o quanto minha mãe gasta pra comprar feijão.  Lá em casa esse  mês não teve feijão. E sei que isso significa que está caro.  Está fora do que minha mãe pode comprar.  
Minha mãe é secretaria de um consultório médico.  Ela sempre me diz que preciso estudar pra conseguir ir pra faculdade e ter um emprego que me pague um salário bom. Diz que eu posso ser engenheiro, advogado, médico.... 
Mas,  eu gosto mesmo  é de brincar na rua,  observar  quem sobe e desce, gosto de ouvir as conversas entre mãe, pai, marido, crianças... 
Ah! Eu gosto de escrever.  Gosto de ler  também.  Gosto de fazer frases que rimam umas com as outras. 
Mas minha insiste em me mandar ir pro colégio e fazer os deveres de matemática pra melhorar a minha nota. 
Ontem eu fiz tudo que  minha mãe mandou  e fui pro quarto pra escrever, ouvir o barulho do vento contra a janela,  o barulho da água da chuva escorrendo pelo telhado e por ai vai.  
Estava deitado na cama quando de repente peguei no sono e tive um sonho.  
Sonhei que vivia em uma cidade pequena e lá tinha uma caverna com somente uma entrada e outra saída.   Não tinha janelas.   As pessoas que viviam lá precisavam entrar nessa caverna todos os dias durante alguns anos. 
Nessa cidade as pessoas nasciam com formas geométricas na cabeça, algumas nasciam com um triângulo na cabeça, outras com cilindro,  outras com cubo.... 
O moço que tomava conta da caverna tinha um quadrado no lugar da cabeça. 
Eu fiquei observando aquilo tudo.  As pessoas entravam na caverna,  ficavam por lá umas  4h, e quando saiam a figura geométrica da cabeça ia modificando-se.   Eu percebi que as pessoas tinham que frequentar a caverna durante  8 anos por 4 horas a cada dia.   
Eu tive a oportunidade de ver um grupo que estava em seu último ano de frequência a caverna.  
E,  não sei porque, mas achei muito estranho,  que depois dos  8 anos todos que saiam estavam com a forma do quadrado na cabeça.  Igual ao moço que toma conta da caverna. 
Fiquei assustado.  Sei lá.  Isso me lembrou sabe o que? A escola.... 
Acordei com a certeza que não quero ir à escola.  Eu quero ser poeta,   mas a escola não valoriza as inteligências múltiplas. Eu não quero sair com a cabeça quadrada da caverna!   
Acho q vou montar uma caverna pra mim.  Mas nela vão existir muitas janelas e muitos espaços vazios.  
Vou deixar que cada um que frequente a caverna, ocupe o espaço com que achar melhor. 
Eu acho que  não sou muito inteligente, mas tenho um sentimento recorrente de que ninguém sabe tratar de gente. 
E por isso eu reluto e por valorizar a educação me ponho em luto!

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Bife com batata frita - O cheiro do amor e a certeza da saudade

 


O delicioso cheiro de bife com batata frita adentrou meu quarto e despertou-me do sono mais longo. Já era tarde para acordar, acho que umas 11:30h....rsrsrs
Um sábado nublado! Ah, que preguiça!
Junto com o cheiro da comida, a certeza de que mamãe estava lá na cozinha, pensando em mim e fazendo a minha comida preferida.
Vou levantar, almoçar e brincar.
Como é bom o final de semana!
Posso brincar sem ouvir minha mãe dizer que tenho que tomar banho pra ir ao colégio.
Eu gosto de ir pra escola, mas às vezes é mais legal ficar em casa. Brincar com minhas bonecas.....

Hum, que fome!
Hum, que preguiça!
Hum, que caminha gostosa!

Hum, ....

“Tina, meu amor, está na hora de almoçar. Vá lavar seu rosto e venha que estou esperando!”
“Já vou mãe!”
“Agora, Tina! Se não levantar eu já já vou aí e aí você vai levantar rapidinho!”
“Hunft, já vou!”
“Se resmungar é pior”
........

“Mãe, está uma delicia esse bife!”
“É meu amor! Eu sei que você gosta, por isso fiz! Agora, termine de almoçar pra brincar um pouco.”
“Com esse frio não vou querer sair não mãe. Vou escrever no meu diário.”
“Tá bom Tina, mas depois eu vou querer que você leia pra mim hein...”


“Meu querido diário,
hoje é dia 10 de março de 1990, e estou muito feliz! Acordei tarde, minha mãe fez minha comida preferida, está um friozinho e eu estou enrolada na coberta escrevendo.
Não tem nada melhor!
Resolvi escrever sobre minha mãe.
Sabe, ela não tem defeito! Quer dizer, tem sim. Mas isso não é importante.
Ela finge, por amor, não enxergar os meus, então, não vou enxergar os dela, pelo mesmo motivo!
Quando eu ficar grande, quero ser igual a ela. Caramba, ela me ensina muitas coisas. Muitas coisas mesmo.
Ela me diz que eu preciso ser responsável e comprometida.
Ela diz que sou muito inteligente e que vou conseguir conquistar tudo que desejar.
Com muita honestidade e dignidade.
De vez em quando ela briga muito. Eu fico muito chateada.
Mas quando o tempo passa eu vejo que é tudo para o meu bem!
Tudo por amor!

Caramba, ela deixou de fazer tantas coisas pra se dedicar a mim.
Eu vou ser sempre muito agradecida.

Ai meu Deus, não sei o que vai ser de mim quando mamãe for pro céu!
Ai meu Deus, não sei o que vou fazer!
Ai meu Deus, não quero mais pensar nisso!
Ai meu Deus, eu........”

“Meu querido diário,
hoje é dia 25 de agosto de 1995, e estou muito incomodada.
Depois do dia 10 de março de 1990, não consegui escrever mais no meu diário, porque sempre tento acabar de escrever sobre a possibilidade de minha mãe partir, meu coração aperta e eu tenho que parar!”

“Meu querido diário,
hoje é dia 06 de junho de 2000, e estou muito incomodada.
Depois do dia 10 de março de 1990, não consegui escrever mais no meu diário, porque sempre tento acabar de escrever sobre a possibilidade de minha mãe partir, meu coração aperta e eu tenho que parar!”

“Meu querido diário,
hoje é dia 15 de setembro de 2005, e estou muito incomodada.
Depois do dia 10 de março de 1990, não consegui escrever mais no meu diário, porque sempre tento acabar de escrever sobre a possibilidade de minha mãe partir, meu coração aperta e eu tenho que parar!”

“Meu querido diário,
hoje é dia 24 de maio de 2016, e estou saudosista.
Ah!
A saudade é, em minha opinião, um dos sentimentos mais puro.
Consigo, agora, escrever no meu diário depois do dia 10 de março de 1990 com muita tranquilidade.
Com o coração cheio de ternura. Ainda me lembro do cheirinho do bife com batata frita.
Ainda me lembro dos conselhos, ainda me lembro das brigas, ainda me lembro dos momentos mais divertidos e felizes.
E me lembro de tudo isso com tanta paz.
E me lembro de tudo isso com tanta serenidade.
E me lembro de tudo isso com tanto amor.

Saudade não é sofrimento.
Saudade é aquela sensação gostosa que temos depois de beber água quando estávamos com sede.
Saudade é aquela sensação gostosa que temos depois de comer quando estávamos com fome.
Saudade é aquela sensação gostosa de rir até perder o fôlego.

Eu aprendi o que é saudade. Sinto saudade há 5 anos!

Estou feliz, e estou aqui como você me pediu, mamãe, sentada na beira da minha cama olhando para estrela mais brilhante, lendo meu diário pra você!

Ah mamãe, como você brilha no céu e, principalmente, aqui. Dentro do meu coração!”

A saudade não só me fortalece como também me impulsiona a ser alguém melhor a cada dia.




 CONSIDERAÇÕES DO AUTOR:
Hoje, não diferente de todos os outros textos, a responsabilidade de tocar você leitor é ainda maior.
Escrevi essa crônica a pedido de uma amiga muito especial. Tentar transformar em escrita qualquer sentimento é bastante difícil, mas não vou correr.
Espero que todos façam bom proveito!


segunda-feira, 9 de maio de 2016

A Consonância Paradoxal De Um Discurso

http://behavioristaemacao.blogspot.com.br/p/tecincas.html


O dia está lindo! A sensação térmica agradável. Céu azul, flores no jardim, pássaros dançando sobre a cidade.
Eu completo hoje 55 anos de vida, que felicidade!
Sou professor do Ensino Médio e diferente do que faço todos os dias em sala, hoje, vou dividir com meus alunos a minha experiência de vida.
Essa troca de informações é importante e necessária pra consolidar a formação deles. É sim! Muito importante.

“Bom dia meus queridos alunos! Como vão?”
Faremos uma atividade diferente hoje. Por favor, organizem suas cadeiras em círculo.
O que quero agora é conversar sobre como a nossa conduta interfere no nosso olhar sobre a vida.
Eu costumo dizer que os princípios que devemos seguir são transmitidos a nós pelos nossos responsáveis e professores. Principalmente pelos professores dos anos iniciais da educação.
Eu tive uma professora fantástica no início da minha vida escolar. Ela ajudou-me a aprender quais eram os meus deveres e direitos. A aprender como deveria me comportar na sociedade.
O nome dela era Teresa. Tia Teresa!
O homem que sou hoje deve muitos agradecimentos à Tia Teresa.
Tia Teresa, sempre, em suas aulas, falava sobre honestidade e lealdade. Ensinava sobre o quão errado é fazer algo ilícito.
Dizia que devíamos ter cuidado com as “facilidades” da vida.
Certa vez um coleguinha pegou meu lápis sem pedir a minha permissão. Ah! A Tia Teresa fez com que ele me devolvesse o lápis e de maneira muito sábia falou que quando pegamos algo que não é nosso sem permissão fica ali caracterizado um roubo. Explicou tudo que deveria sobre isso e quando terminou sua fala, nos deu um abraço e um sorriso maternal.”

Eu continuei ali falando durante 2 horas para os meus alunos usando-me, com orgulho, como um bom exemplo de cidadão justo, idôneo e realizado. Critiquei duramente todos os cidadãos que vivem à margem da sociedade!!!!!!
E ressaltei veementemente como Tia Teresa e todas as outras Tias são FUNDAMENTAIS em nossa formação.
Quando saí da sala, com a sensação de dever cumprido, meu celular vibrou. Era uma mensagem da minha esposa:

“Oi meu amor! Hoje o dia é especial, pois é o seu aniversário! Aguardo ansiosa para poder comemoramos juntos o seu dia.
Embora saiba que hoje você não quer se aborrecer com nada, preciso dizer algumas coisas:
Recebemos uma intimação da polícia. Parece que descobriram que estamos sonegando alguns pequenos impostos.
 Nossa “luz” está cortada. O representante da concessionária de luz esteve aqui em casa e descobriu o pequeno “gato” que fizemos para diminuir gastos.
 Parece que nosso filho está tendo problemas com a matrícula da faculdade. Ele se autodeclarou pardo como você orientou. Mas parece que descobriram sua descendência alemã direta.
 O Adalberto, seu amigo que trabalha naquela multinacional, ligou dizendo que não poderá dar um “jeitinho” para arrumar o emprego pro nosso filho. Disse que ele terá que participar do processo seletivo normalmente. É mole? Esse é amigo da onça!
Então é isso amor. Grande beijo e me manda uma mensagem dizendo o que quer ganhar de presente de aniversário.”

Eu ainda não tinha pensado sobre o presente, mas após ler a mensagem da minha esposa eu sabia exatamente o que pedir. Então, peguei o celular e respondi a mensagem da minha esposa:

“O que eu quero de presente?
O que eu quero?
Eu quero assistir novamente as aulas da Tia Teresa.”



segunda-feira, 2 de maio de 2016

Monólogos em um caderno - Uma crônica sobre a família


A comida estava quase pronta, a mesa já arrumada com os pratos, talheres e copos.  Era domingo por volta das 13h. Flávia  já havia chamado Pedro, seu marido, algumas vezes pra almoçarem juntos.  O casal de filhos,  Caio e Bianca,  já aguardavam ansiosamente pro início da refeição.

- "Vamos logo mãe, deixa meu pai pra lá.  Depois ele almoça. Você não sabe que ele é assim! Ele nunca pode!"

Flávia,  após ouvir o apelo dos filhos,   sentou-se e serviu a comida com o coração apertado.  Ela desejava do fundo do coração que pudesse ao menos no domingo fazer uma refeição com a família completa.

Como já não tinha forças pra insistir, almoçou, conversou com seus filhos.  Trocaram ideias sobre o que havia acontecido durante a semana passada e quais eram os planos pra semana vindoura.

Após o almoço, descansaram um pouco.  Antes de ir tirar seu cochilo foi até ao pequeno escritório que tem em sua casa, deu um beijo na testa do seu marido e lamentou disfarçadamente o fato de ele não ter participado da refeição.

Quando acordou, resolveu levar os meninos  ao cinema. Chamou Pedro e ele disse que não poderia ir,   pois estava terminando  de preparar documentos importantes pro trabalho.

Flávia foi ao cinema com os filhos.  Depois fez um lanche com eles e então entre muitas gargalhadas discutiram sobre o filme que assistiram.

Essas situações já tinham virado rotina na vida daquela família.  A ausência de Pedro mesmo que presente fisicamente já era uma constante naquela casa.

Na quinta feira, não diferente de  todos os outros dia da semana, Pedro levantou-se as 5h pra ir trabalhar. Tomou banho, comeu alguns biscoitos com café e andou em direção à porta pra ir trabalhar. 

Antes de sair de casa, olhou rapidamente ao redor e o sentimento de orgulho inflou no seu peito enquanto pensava :

"Graças ao meu trabalho consegui conquistar essa casa linda e os carros que estão  na garagem.  É com o meu trabalho que consigo dar a vida que minha mulher e meus filhos merecem ". 

E assim entrou no carro e foi enfrentar mais um dia duro de bastante compromissos profissionais.

Quando às 21h desse mesmo dia Pedro se deu conta que precisava voltar pra casa, arrumou, rapidamente, sua bolsa e telefonou pra casa com a intenção de falar com a Flávia, sua esposa.

Mas a tentativa foi sem sucesso.  Foi então quando resolveu ligar pro celular da Flávia. Chamou, chamou, chamou e ninguém atendeu!

Pedro, então, pegou seu carro e foi pra casa.  Durante o caminho pensou novamente sobre o quanto era feliz por poder dar à sua família conforto e uma condição financeira bacana.

Ao chegar à casa viu sobre a mesa uma carta.  Sorrir e pensou: "Minha esposa e filhos estão preparando uma surpresa pra mim!"

Tomou a carta assinada por Flávia em suas mãos, sentou-se e deu início a leitura.


" Meu querido e amado Pedro.  Quero agradecer por tudo que fez por mim e nossos filhos.  Quero agradecer muito pelo conforto que você sempre nos ofereceu!
Mas, com o coração partido,  resolvi mudar de vida.  Resolvi que deveria tentar encontrar alguém que tivesse a família como prioridade, já que o conforto conseguido pelo trabalho só é conforto se desfrutado juntos.  
Nossos filhos cresceram e tenho certeza que vc não sabe muitas coisas sobre eles. 
Tenho certeza  também que você não sabe que há 3 anos eu não como mais frutos do mar. 
Tenho certeza que você não sabe que há dois meses fui demitida por ter faltado o emprego pela 5 vez consecutiva pra  levar a  Bianca ao médico.  Ela está com cálculos nos rins .


Tenho certeza que você não percebeu que tentei conversar com você inúmeras vezes sobre sua ausência. 

Ah meu amor, estou indo com muita dor no coração, com muito amor no peito, mas com a consciência tranquila. 

Eu preferiria uma casa simples, mas com a minha família completa!

Obrigado por tudo e boa sorte!

Beijos de quem te amou e esperou todos os dias,

Flávia. "

Após ler a carta,  Pedro sentiu o mundo esmagar seu corpo.  Com uma dor lancinante deixou que algumas lágrimas caíssem dos seus olhos.

Não sabia o que fazer!


Olhou ao redor, viu a mesma casa que lhe dera orgulho.  Olhou pra garagem  e viu os carros.  
Pensou em todo aquele conforto e teve a certeza que sua esposa tinha sido muito injusta.  Afinal,  ele trabalhava pra dar o melhor pra sua família.



Foi para seu quarto e viu sobre a cama 3 cadernos grandes.  
Abriu os cadernos um a um.  E cada folha  tinha um diálogo.  Tinham mais de mil diálogos.


Os diálogos eram textos que Flávia lia.

Eram sempre entre uma mulher e outra pessoa, do gênero masculino.  Mas somente a mulher tinha falas. 

Ora, pensou ele,  mas que textos sem graça.  Isso não são diálogos.  São só monólogos.  Qual é a graça que a Flávia via nisso?  Conversar sem ter alguém pra responder?!  Eu não consigo entender!

Então, resolveu tomar banho e foi quando de repente ele realizou que aqueles cadernos representavam a  sua vida de casado com Flávia. 

Naquele momento decidiu que deveria enfrentar sua rotina de trabalho de outra forma, mas a Flávia.....


A Flávia?

A Flávia já estava lendo outros cadernos!  


O autor informa que o nome dos personagens é fictício.
Victor Magalhães

domingo, 24 de abril de 2016

Afinal, o que é LIBERDADE? - Crônica



Ela, aquela menininha de 7 anos, Aurora, corria atrás de uma borboleta que sobrevoava o jardim de sua casa, enquanto seu avô contava entusiasmado suas memórias e peripécias para os familiares na varanda.
Entre um tropeço e outro Aurora observava o sorriso do seu avô e tentava agarrar aquela borboleta colorida e ligeira. Queria ficar com ela pra sempre. Afinal, o bichinho era lindo!
Depois de muita persistência e tentativas, finalmente, a borboleta já não tinha mais todo o jardim para voar. Na verdade, não tinha nada além de uma caixa de sapatos para conseguir abrir suas asas.
É isso mesmo, Aurora conseguira prender a borboleta!
Aurora virou-se na direção dos familiares e correu, correu, correu, até que como se exibisse um troféu mostrou ao avô o quão esperta ela tinha sido. Ela havia conseguido atingir seu objetivo. Agora tinha pra si a borboleta mais bela que conheceu.
Seu avô, pacientemente, disse:
- Minha neta querida, não faça isso! Você tirou o que esse serzinho tem de mais precioso: A LIBERDADE DE VOAR! A liberdade de explorar diferentes lugares.
E continuou:
- A atitude mais certa neste momento é soltar essa linda borboleta e devolver a ela a felicidade que você roubou!

Aurora, muito sentida e confusa não via nada a ser feito além de obedecer a seu avô. Ela sabia que seus fios de cabelo branco eram símbolo de sabedoria. Afinal, todos da família sentavam-se ao seu redor para ouvir suas histórias e conselhos.

Assim, com uma mistura de sentimentos, Aurora tomou coragem e abriu a caixa de sapatos e assistiu aquela cena. Assistiu a borboleta sorrir com as asas e tomar seu rumo novamente.
Aurora fez isso enquanto ouvia seu avô falar com muita excitação sobre o como ele e seus amigos militares fizeram bem ao seu país em 1964, em sua opinião.


Hoje, Aurora, é uma mulher de 30 anos. Ela ainda tenta entender o que seu avô entendia do conceito de liberdade.....

segunda-feira, 18 de abril de 2016

É um choro, mas sem lágrimas.....

Acordei hoje ainda consternado sobre alguns acontecimentos de ontem. O que me veio primeiramente à cabeça foi:
 “Preciso atualizar meu blog!
Em meio de algumas solicitações de texto feito pelos queridos amigos que me acompanham, só o que aconteceu ontem martelava recorrentemente em minha mente. Preciso escrever sobre isso, mas.....
Preciso escrever sobre isso, mas ....
Preciso escrever sobre isso, mas não tenho CORAGEM e ÂNIMO!”
Mas, o que aconteceu especificamente ontem?

Vamos por parte.
Resolvi aproveitar o dia ontem para descansar e desconectar-me do mundo virtual. Deixei meu celular de lado e fui à praia com a família. Foi extremamente prazeroso. Na volta, resolvemos assistir um filme e jantar. Enquanto a comida ainda não estava pronta a televisão foi ligada e a votação sobre o famoso IMPEDIMENTO estava acontecendo.
Isso acontecera na casa do meu irmão. E então eu disse: “Ah não! Não quero ver isso!”
- Espera um pouco. Assim que a comida estiver pronta desligamos a TV e assistiremos ao filme.
- “Ok!”

Aquilo me parecia o circo dos horrores – a VOTAÇÃO
Aquilo me parecia surreal!
Era só um momento historicamente importante e a maioria dos caríssimos deputados estavam se sentindo no programa da Xuxa – Quero mandar um beijo para minha mãe, meu pai, minha avó e um especialmente pra você!

Não estou aqui julgando a opinião de ninguém! Você pode ser a favor ou contra o que quiser. Eu não sou obrigado a concordar com você e nem você comigo!
Não quero saber se você esteve atento às suas aulas de História no Ensino Fundamental e Médio.
Eu sei que eu estive. E por isso não quero falar sobre a sua escolha.
Na verdade, penso ser isso um dos motivos que me traz a falta de coragem para escrever: Eu tive aulas de história do Brasil.....

Mas, enfim, jantei, vi um filme bem bacana, voltei para o meu lar e resolvi dar uma olhada no celular. E em um dos grupos dos quais sou participante tive a infeliz oportunidade de ler uma mensagem muito triste, aliás, quase desesperadora.
Como a maioria sabe, sou professor do Colégio Pedro II e lá trabalho com o Ensino Médio e com o PROEJA – modalidade de ensino para jovens e adultos com certificação técnica.
A maioria dos alunos que fazem parte desse segmento no Campus onde eu trabalho é adulta e vive em comunidades.
Tenho uma aluna desde o ano passado que costumava levar sua filha adolescente para o colégio para que não ficasse em casa sozinha em virtude da crescente violência na comunidade em que vive.
No último sábado, minha aluna, diarista, trabalhou na parte da manhã e ao chegar a casa deparou-se com sua filha de 14 anos amarrada com sinais de tortura. A menina não conseguiu chegar ao hospital com vida.
Naquele momento, certamente, duas vidas foram interrompidas. A primeira, de fato, física e a segunda, emocional, da sua mãe.
Pedir a essa mãe que tenha força pra continuar soa tão impossível quanto pedir a alguém que se refira ao Golpe militar como um ato heroico pra que tenha discernimento sobre o que é democracia.

E por fim, permeiam em minha mente não só esses dois tristes acontecimentos, mas principalmente eles. Eles que me tiraram a força de escrever, de levantar pra ir trabalhar, pra discutir, pra educar, pra gerir, pra trocar, pra.....

O que estamos fazendo e pra qual lugar estamos indo?
Sair pra trabalhar, estudar ou fazer qualquer coisa rotineiramente normal é quase que assinar uma sentença de morte.
Não sabemos se vamos voltar, não sabemos se vamos ser IMPEDIDOS!

Eu não sei exatamente o que fazer, eu só sei que não posso desistir.

Não posso desistir de escrever!
Não posso desistir de fazer a ida dos meus alunos ao colégio ser relevante!
Não posso desistir da sociedade!
Não posso desistir da democracia!
Não posso desistir de pedir ao coleguinha que não bata panelas!
Não posso desistir de acreditar que a educação formal e não formal são os requisitos de um país rico e democrático!

Não posso desistir! Só estou tentando encontrar uma maneira de me convencer disso.

À minha aluna, deixo todos os meus melhores sentimentos por sua perda!
Ao meu país, deixo todos os meus melhores sentimentos por sua perda!

Ao meus seguidores, peço desculpas por um texto não tão bacana dessa vez!


Até a próxima amigos!

terça-feira, 12 de abril de 2016

A eXpErIêNcIa De ExPeRiMeNtAr

http://www.sulamita.com.br/blog/melhore-vendas-utilizando-marketing-sensorial/


- Vamos almoçar hoje?
- Claro que sim!
- Vou te levar a um restaurante que serve um quiabo com frango delicioso.
- Quiabo?! Detesto....
- Já experimentou quiabo?
- Nunca!

- Vamos viajar no final de semana?
- Claro que sim!
- Vou te levar a um local de praia maravilhoso.
- Praia?! Detesto....
- Já viajou para um lugar desse tipo?
- Nunca!

- Vamos conversar sobre o cenário atual da política brasileira?
- Claro que não! Política não foi feita pra ser discutida.
- Como assim? Mas você já tentou discutir sobre esse assunto?
- Não! Detesto....
- L

Como é possível afirmar que gostamos ou não de alguma coisa sem se quer ter experimentado anteriormente?
Há muito a ser pensado sobre isso!
Na maioria das vezes desperdiçamos oportunidade de conhecer algo novo em virtude de um conceito pré estabelecido em nossas mentes.
E qual é a graça da vida quando fazemos tudo do mesmo modo, o tempo todo?
Experimentar sabores, rotinas, lugares diferentes pode proporcionar uma sensação de bem estar incompreensível.
Aliás, na minha opinião, viver é sinônimo de experimentar.

Meus amigos, vocês têm noção do quanto é maravilhoso ter a oportunidade de experimentar?

Imagine rapidamente, se tivéssemos o dom de proporcionar um momento de visão àquele que não pode enxergar.
Imagine rapidamente, se tivéssemos o dom de proporcionar um momento de audição àquele que não pode ouvir.
Imagine rapidamente, se tivéssemos o dom de proporcionar um momento de caminhada àquele que não pode andar.

Como será que essas pessoas se sentiriam?

E você que pode experimentar tudo pensa ser luxuosa a escolha de não querer fazer a experiência. Será?!!!!!

Experimentar pode tornar algo costumeiro, mas pode também afastar o mau gosto de você pra sempre.
Pra isso, só é preciso ter uma atitude: EXPERIMENTAR.

Experimente ser feliz todos os dias!
Experimente ter motivo pra viver todos os dias!
Experimente amar todos os dias!
Experimente novos sabores todos os dias!
Experimente novas atitudes todos os dias!
Experimente novos conceitos todos os dias!
Experimente uma leitura e uma boa conversa todos os dias!
Experimente um sorriso todos os dias!
Experimente um sonho todos os dias!
Experimente uma nova rotina todos os dias!
Experimente você todos os dias!

Ah, experimentar é estar submetido a novas experiências! E experiências, por si só, são fantásticas!!!

Experimente uma nova música e novos horizontes.....

E por fim, experimente uma vez, duas, e mais uma vez, outra vez.....
Experimente ao final dessa leitura experimentar o que deseja e simplesmente seja FELIZ!

Parece besteira né! Mas não!
Experimente não ignorar a minha proposta!
Experimente não achar que esse texto é só um monte de palavras juntas!
Experimente e acredite que essas linhas são o mais profundo desejo de fazer você enxergar o seu entorno com outros olhos, a partir de outro prisma....

E depois digam o resultado prático da sua EXPERIMENTAÇÃO!

Beijo no coração de todos vocês meus amigos e espero poder contribuir pra fazer a diferença no seu dia.... ;)


Texto solicitado por nosso queridíssimo Magno Pereira.