Já é sabido por todos os meus
amigos e seguidores que utilizo minha escrita sempre para trazer à tona fatos e
assuntos que merecem ser discutidos, em minha opinião.
Hoje não quero discutir!
Hoje eu quero expor o que penso
sobre o que tenho lido pelas redes sociais.
Resolveram acabar com a honra
daqueles que servem ao Colégio Pedro II. Resolveram acabar com a honra do que é
a instituição propriamente dita e também acabar com a honra dos professores e
servidores.
Eu poderia direcionar esse texto
à FAMÍLIA IMPERIAL BRASILEIRA como resposta à carta aberta que publicaram, no
entanto, prefiro direcionar o meu texto a quem tiver interesse de utilizar as
habilidades cognitivas e emocionais a fim de compreender qual é o papel e a
função do COLÉGIO PEDRO II.
Antes de tudo quero fazer um
comentário: O nome do colégio é PEDRO II, não tem o “DOM”, como a família
IMPERIAL escreveu.
Vamos lá, vou apresentar um pouco
de mim.
Sou Victor Magalhães, 31 anos,
brasileiro, casado e atuo temporariamente, desde abril de 2015, como professor
do colégio acima citado.
Desses poucos anos de vida que
tenho, dedico-me aos estudos no mínimo há 29 anos, já que ingressei na
pré-escola com 2 anos de idade.
Sou Professor M. Sc. em Química;
Professor de Inglês, Psicopedagogo e Tutor de duas disciplinas de Ensino de
Química do CEDERJ/UFRJ.
Tenho estudado com frequência Inteligência
Emocional; problemas de ensino-aprendizagem e algumas coisinhas mais que não
precisam ser referidas aqui.
Entrei em sala de aula pela
primeira vez aos 15 anos como professor de inglês e aos 17 como professor de
Química.
Naqueles momentos pensava ser
crucial para minha atuação o conhecimento integral das disciplinas que me
propunha a lecionar. E, certamente, logo no segundo encontro com as turmas
percebi que o conhecimento específico era de longe o que ia impulsionar-me a
fazer um bom trabalho.
Em uma sala de aula há muitos
princípios e valores diferentes conversando. Alunos que vêm daqui ou acolá e
trazem consigo ideologias diferentes. E é sempre bom lembrar que além dos
alunos havia alguém que também trazia princípios e valores diferentes: o
professor, no caso eu.
Foi dentro da sala de aula que eu
percebi que a escola não tem por única finalidade comportar um santuário do
saber e formar as futuras gerações do Brasil, como dizem lá na carta a Família
Imperial Brasileira.
Essa finalidade mencionada por
eles retrata uma escola positivista que perpetua o conhecimento unilateral e
que dá ao professor o status de soberania.
Eu aprendi e percebi em muito
pouco tempo de profissão que a escola tem como finalidade viabilizar um
ambiente de trocas equalizadas e formar cidadãos críticos aptos a lidar com a
DEMOCRACIA.
E pra você que não está inserido
na realidade do Colégio Pedro II eu digo: É só isso que fazemos lá.
Lá nós não influenciamos nossos
alunos a seguirem nossas ideologias. Pode ser que você não saiba, ou se sabe
não aceite, nossos alunos trazem para nós e seus colegas suas ideologias e lá
deixamos que eles debatam e confrontem, de maneira saudável, uns aos outros
para que se construam em um contexto social.
O regime vigente não prefere
agrilhoar, e entendo que nesse caso estão utilizando o verbo bitransitivo e
pronominal, nossos jovens no ostracismo destrutivo da ignorância, e isso é notório!
Não foram eles que escreveram esses absurdos que tenho lido por aí.
No Pedro II é possível não formar
mão de obra como está sendo imposto a nós a todo o momento. Lá nós (re) (trans)
formamos a ignorância em saber social, não porque somos melhores ou porque
estudamos muito ou porque temos títulos. Fazemos isso porque somos
comprometidos e dedicados em “prover” um ensino e educação de qualidade.
De nada nos adiantaria os títulos
se não fossemos ignorantes o suficiente para adequar a ignorância em saber.
A você que tenta insistentemente
incitar o ódio ao Colégio Pedro II e, portanto a nós, servidores, eu faço um
convite:
Aceite sua ignorância como nós a
aceitamos e venha pra cá tentar se deixar transformar em alguém que possa
oferecer algo melhor a sociedade.
É disso que precisamos.
Forte abraço,
Victor Magalhães, sem títulos e
coroas, apenas um PROFESSOR por formação e EDUCADOR por escolha.
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