
Como dizem as pessoas de forma informal, "não querendo puxar a sardinha para o meu lado", vamos discutir um pouco sobre educação.
Em verdade para transpassar o mundo da educação é necessário saber o que é educar. De quem é a responsabilidade de educar? A quem devemos transmitir educação? Para que educar? Como educar?
A palavra educação é sempre atrelada, no primeiro momento, aos pais.
Se percebemos que uma criança faz algo errado, imediatamente, apontamos os pais como responsáveis por tal atitude.
Isso porque antigamente o papel de educar era único e exclusivo dos pais.
Quando faço essa afirmação, refiro-me ao papel do professor como aquele cuja atribuição era somente de transmitir conhecimento "técnico", ou seja, o aluno era encaminhado às escolas para aprender disciplinas específicas e o professor não deveria então gastar o seu tempo de aula para propagar educação, de fato.
A escola, então, seguia o conhecido modelo positivista. Nesse modelo, o professor é autoridade máxima dentro do espaço e de forma alguma deve ser questionado.
O aluno recebia todas as informações reproduzidas pelo professor e pronto.
A escola na verdade era considerada como Aparelho Ideológico do Estado. Era?!?! Deixa pra lá, vamos adiante.
Com o passar do tempo muitas teorias pedagógicas foram criadas a fim de "melhorar" o modelo de transmissão de conhecimento (professor-aluno). A busca para tornar o processo de ensino-aprendizagem eficiente foi, é e, certamente, será a direção daqueles que prezam pela educação.
Atualmente o modelo tradicional das famílias está bem diferente, isto é, a mulher não é mais incumbida de ficar em casa para educar os filhos enquanto o homem vai em busca do sustento da casa. Ambos (homem e mulher) precisam se render ao mercado de trabalho para que tenham uma vida financeira, razoavelmente, estável.
Dessa forma, surge um questionamento?
Quem vai educar as crianças já que, na maior parte do tempo, os pais estão ausentes?
A partir daí começamos a pensar no papel do professor sofrendo várias modificações.
O professor deixa de ser somente aquele que transmite conhecimento "técnico" e assume o papel do educador.
É isso mesmo, o professor, aquele que estuda durante 4 anos na graduação e vai para o mercado de trabalho para ganhar R$ 700,00, em média, tem o dever de educar. Ele é um dos responsáveis por consolidar o caráter do aluno (cidadão).
Ser professor não é só gostar da sua disciplina específica, ser professor é amar educar, é se importar com o seu espectador, é acreditar que ele é um instrumento de transformação social e que vai usar a sua disciplina (português, química, inglês, história, etc) como instrumento de promoção de conhecimento.
Ser professor é preparar o cidadão para viver em uma sociedade democrática.
Ser professor é perceber que não há moldes que sirvam para todo o seu público.
Ser professor é saber que a equidade, muita das vezes, é mais interessante do que a igualdade.
Ser professor é acordar e ir trabalhar não pelo salário e sim pela vontade de fazer a diferença.
Parece piada?
Que nada!
Piada é conseguir pessoas que pensam desse jeito e vão para o trabalho e não conseguem entrar na escola porque ela está alagada; com esgoto por toda parte e assim é inviável entrar no seu ambiente de trabalho.
Piada é ter escolas que não oferecem o mínimo de condições possíveis para que haja aula.
Piada é ver que, sendo a educação um dos meios mais eficaz para modificar todas as mazelas do mundo, o investimento nessa área é ínfimo, ainda que esteja aumentando ultimamente.
Piada é ver que não tem merenda para o aluno que precisa se alimentar. Que, na maioria das vezes, só vai para escola para fazer a única refeição do dia.
Como e quando o professor conseguirá seguir os Parâmetros Curriculares Nacionais?
Como pode o professor tentar mostrar aos alunos que estudar e não o crime compensa, se não há meios para que isso seja feito?
Alguém já parou para pensar que é o professor que faz o médico, o advogado, o enfermeiro, o engenheiro e .....?
É nessa hora que me pergunto:
O BRASIL TEM FOME DE QUÊ?